// ModaLisboa|Estoril 30 // Day 04 // Grand Finale

Os quatro dias de ModaLisboa passaram num ápice… ainda há poucos dias se faziam os preparativos para a cobertura de mais uma edição, e ontem já foi o final, o dia 04 da ModaLisboaEstoril.
Dividindo-se entre o Salão Preto e Prata do Casino Estoril para algunas dos desfiles, e algumas das salas do Hotel Palácio, mesmo ali ao lado, para outros, o grand finale da ModaLisboaEstoril contou com Nuno Gama, Nuno Baltazar, White Tent, Lara Torres, Aforest Design e, a fechar, CascaisModa Summer’08.

Nuno Gama foi o primeiro do grupo dos últimos a levar a sua colecção à passerelle; Inspirado na “Heritage”, nos valores da nossa história e tradição, Nuno Gama recriou peças que integram, desde sempre, o nosso guarda-roupa, peças intemporais e revisitou-as nas proporções e materiais, para passar a imagem de um homem forte e contemporâneo.
Em cores escuras com pequenos toques de bordeaux, azul ou castanho, as silhuetas vivem de um jogo de volumes, proporções e materiais, numa mistura de cortes clássicos, cor e acabamentos; a mistura de tecidos tradicionais com cortes exímios, o detalhe e a perfeição, reúnem-se numa colevcção simultaneamente clássica e moderna, de uma estética tranquila e simplista.
As gravatas feitas a partir da técnica de papel dobrado, que nos remete para a infância, são um dos exemplos do trabalho de reinterpretação das coisas de sempre que Nuno fez para criar a colecção.

// Nuno Baltazar
Um homónimo seguiu-se ao designer portuense; desta feita foi a vez de Nuno Baltazar brindar o público da ModaLisboa com “Jeanne e Olga”. A inspiração veio-lhe da Paris do início do séc.XX e da amizade ficcional entre duas mulheres de grandes artistas do século passado, Jeanne Hébuterne (mulher de Modigliani) e Olga Koklova (mulher de Picasso). Antagónicas no seu modo de vida, mas ainda assim enquadradas num mesmo quadro social e artístico, estas duas mulheres dão o mote para a colecção de couture à-porter de Nuno, de silhuetas contrastantes entre o loose/fitted, fluído/estruturado e curto/longo.
Cetins, chiffons, crepes bordados, sedas, jacquards, veludos e lãs pesadas foram os tecidos trabalhados pelo designer, tanto em abrigos e gabardines, como em longos vestidos. Quanto a cores, Nuno optou pelas tonalidades óleo em degradées, das quais se destacaram os castanhos sépia e os pretos.
As pinças e pregas com efeitos gráficos, as laçadas e sobreposições, os drapeados e os chapéus de abas super largas reforçaram a imagem melancólica e sofisticada da colecção.

// White Tent
Depois do desfile romântico de Nuno Baltazar, foi tempo de rumarmos ao Hotel Palácio, na lateral do casino, para ver o desfile da colecção Outono/Inverno dos White Tent.
Estreante na edição passada, este colectivo tem como interesse e ponto de partida para a conceptualização das suas colecções a manipulação das formas geométricas e a a sua moldagem para relacioná-las e adaptá-las ao corpo humano. Esta colecção específica nasceu da relação forma/movimento e explora as suas representações gráficas, baseando-se nas ilustrações de actividades desportivas dos artistas da Escola de Grovesnor.
Os volumes oversized e a distorção saão duas constantes na silhueta proposta pelos White Tent, que trabalharam o neoprene, o algodão, a lycra e a caxemira nas cores a que já nos habituaram (branco, preto e cinza) para a colecção de Outono/Inverno 08/09.

// Lara Torres

Ainda no Hotel Palácio, e desta vez numa sala maior, Lara Torres apresentou, com um performance levada a cabo por bailarinas, a colecção desenvolvida no âmbito do Projecto Mimesis, que teve a colaboração do ceramista Mário Nascimento e da joalheira Catarina Dias . A relação entre vestuário e memória é a base deste projecto, que visa explorar o limite da ideia de vestuário enquanto objecto utilitário; aqui, as peças de roupa ganham uma dimensão escultórica, carregando consigo as vivências pelas quais passaram, e perpetuando as formas sobreviventes, pela rigidez e durabilidade dos materiais. Peças de arte estidas cuidadosamente pelas bailarinas numa coreografia em jeito de ritual.
A silhueta vitoriana numa escala de brancos e beges, foi desenvovida em materiais, para além dos habituais como o algodão, a lã e o linho, fora do comum: porcelana e prata.

// Aforest Design

A encerrar o ciclo de criadores da ModaLisboaEstoril esteve Aforest Design, uma marca conhecida pelas suas peças descontraídas e clean. Para apresentar “The Fur Collection”, uma colecção constituída por elementos iconográficos do uso de pele de animais para a confecção de vestuário , Aforest brindou-nos com uma “anniversary instant party”, a celebrar o seu 5.º aniversário, com uma actuação do Dj Woman_iN_pANIC.
Ao som da música tocada, manequins desfilaram e dançaram em frente ao público, em jeito de reunião de amigos, envergando as criações de Sara Lamúrias em algodão, ganga, lã e feltro, muito cosy e fluídas.
Serigrafias, bordados e esculturas de feltro e tricot em tons escuros adornaram as peças maioritariamente brancas e beges criadas para o Outono/Inverno.

De volta ao Casino, e para fechar a ModaLisboaEstoril 30, a Moda de Cascais para o Verão que se aproxima subiu à passerelle do Salão Preto e Prata; coordenado por Susana Marques Pinto e Xana Guerra, o desfile CascaisModa, mixou peças de 12 lojas* e anunciou as tendências para a estação quente, que passam pelo estilo safari, pelos motivos florais e por uma paleta de cores rosa e violeta.
*Arrow, Benetton, Best 4 You, D-modé, Dream Sisters, Façonnable, Lacoste, Loja das Meias, Londoner, Poko Pano, Weill e Zoe.

// people look

E assim se deu por oficialmente terminada a trigésima edição da ModaLisboa, o acontecimento de moda mais importante do país.
Ficamos à espera da próxima edição, para trazer até vós novas inspirações, novas colecções, novas caras e talentos; e, claro está, para termos a oportunidade de, uma vez mais, nos lançarmos a quatro dias de trabalho e stress miudínho, que caracterizam os eventos deste género.
Até Outubro!

Dia 04 – Over!


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