// ModaLisboa|Estoril // Day01

A ModaLisboaEstoril já arrancou; quem passar ao pé do Casino não deve deixar de notar na tenda que se estende à sua porta, nas bandeiras do evento agitadas por um vento gelado (que não ajudou em nada) e no movimento fora do comum. Aficcionados de moda, curiosos, profissionais e “vip’s”, todos rumaram ao Casino Estoril, para fazer a festa da 30.º edição da semana de moda da capital portuguesa.

Antes de os desfiles começarem, as atenções focaram-se no auditório do Casino, onde foram exibidos o “Arquivo Moda Lisboa”, com mostra de spots publicitários de 17 anos do evento, e “Portugal Offashion”, um documentário de Joana Vasconcelos, uma descontextualização da moda e da mostra da moda em si.

Logo a seguir (mas mesmo logo, atenção!), a campaínha soou e o Salão Preto e Prata abriu portas para dar, oficialmente, início aos desfiles das colecções para o Outono/Inverno’08/09.
As honras couberam a Dino Alves, com “Wrong”; inspirada pelos erros da carreira do designer, pelo que falhou, pelos contratempos, esta colecção revisita o trabalho de Dino em jeito de flash-back, tirando partido do que correu mal. Ao estilo burguês decadente desfilaram assumidamente na passerelle os manchados, os rasgados e os descosidos.
Numa paleta de tons que vai desde o preto ao vermelho, passando pelos cinzas, verdes e mostardas, trabalhada em algodão, ganga, vinil jersey e lã, a colecção apresentou uma silhueta indefinida de volumes disformes e a descontextualização de objectos do quotidiano, que serviram como detalhes decorativos. Adorámos o vestido mega volumoso de flanela cinza rasgada!

//Dino Alves









Ricardo Dourado foi o segundo designer a mostrar a sua colecção para a próxima estação, um remake do uniforme colegial, pela simbologia de padronização que carrega consigo; a partir da sua desconstrução e re-construção, Ricardo Dourado criou peças com novas identidades, que dão vida a uma colecção prática e jovem.
Sobreposições, volumes criados por pregas horizontais, highlights nas mangas e golas, animaram uma colecção de silhuetas fluídas em tons de castanhos, pretos e beges.


// Ricardo Dourado






Seguiu-se o desfile de Pedro Pedro, designer de moda portuense estreante na ModaLisboa. Pois para o Black is Back, “Anatomias Urbanas” foi um bom cartão de visita para Pedro (Pedro)!
Inspirada pelos coletes aviadores de salvação, a colecção trouxe a anatomia/o esqueleto das próprias peças para a ribalta, assumindo-o como decoração das mesmas; desconstruíu formas, fragmentou-as e voltou a construí-las em patchworks com misturas de materiais.
Os brancos, beges e cinzas assumiram o comando da colecção, onde as golas hiper-volumosas foram um lugar-comum, bem como as linhas em A e trapézio.
// Pedro Pedro


A fechar a primeira noite de moda em português, com chave de ouro (mais uma vez, e a não defraudar as espectativas) esteve Filipe Faísca. “Mixed Together” foi um percurso visual desde a geometria e coquetteria dos 60’s até ao espírito wild dos 70’s, num crescendo de cor. As silhuetas oscilaram entre a fluidez e a destruturação, entre o masculino e feminino, num jogo de texturas, cores e atitudes. Dos cabelos curtos e óculos redondos , das saias plissadas, aos degrades em cores vivas aos ponchos com aplicações brilhantes, a colecção surpreendeu.
Pretos, brancos, cinzas, metalizados, beringela, rosa e uma paleta de beges foram os tons escolhidos por Filipe Faísca, que optou por trabalhar, para a colecção, materiais como a mousseline, tafetá, crepe, jersey, polyester e feltro.

// Filipe Faísca



No final, houve muitas palmas, pessoas de pé a aplaudir e um bom balanço deste primeiro dia!


Dia 01 – Over!


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